quarta-feira, 30 de abril de 2008

O Jeito Autoritário de Aécio Governar


Com o objetivo de agilizar uma reforma administrativa que o governo pretendia realizar, Aécio teve autorização dos parlamentares para criar, extinguir, transformar cargos e alterar remunerações do funcionalismo. Desde o primeiro mandato, foram editadas 130 leis delegadas, recorde se comparado a todos os seus antecessores no Executivo mineiro, desde 1985. Leia matéria publicada no jornal O Tempo.
Recorde: 130 leis delegadas
Os deputados estaduais deram permissão para que o governador Aécio Neves (PSDB) fizesse, por duas vezes, as leis que quissese, referentes a temas administrativos. Mais de um ano depois da última autorização, os parlamentares têm que se debruçar em projetos do próprio governador alterando essas leis. Tramitam na Assembléia Legislativa quatro projetos e um substitutivo propondo que as leis delegadas editadas por Aécio em janeiro do ano passado sejam modificadas.

Até o momento foram encaminhados à Assembléia 11 projetos do governador pedindo para alterar as leis delegadas, sendo que seis foram enviadas até 2006 e o restante nos anos seguintes. O número é fruto da soma das solicitações de modificação feitas desde a edição da primeira lei delegada, em janeiro de 2003.

As leis delegadas foram editadas no início do primeiro mandato do governador e também no começo do segundo. Elas somaram 130, sendo 63 realizadas em 2003 e outras 67 em 2007.

Com o objetivo de agilizar uma reforma administrativa que o governador pretendia realizar, Aécio teve autorização dos parlamentares para criar, extinguir, transformar cargos e alterar remunerações do funcionalismo. ''Foi como um cheque em branco'', disse o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB).

Controlando maioria da Assembléia, o governador conseguiu fazer as leis que queria, sem a participação dos deputados, e mesmo assim precisou modificá-las vários meses depois de editadas. A primeira autorização para elaborar leis delegadas teve como justificativa a reforma administrativa que implantou o programa ''Choque de Gestão''. O segundo pedido de concessão teve a mesma justificativa.

Fiscalização. De acordo com Sávio Souza Cruz, um outro fator preocupante referente ao tema é que, desde a primeira lei delegada, há cinco anos, não houve fiscalização por parte da Assembléia. A Casa autorizou o governador a editar as leis, mas desde que não fugissem do tema administrativo e com limites sobre o assunto. Mas, segundo Sávio, elas nunca passaram por uma análise para verificar se os limites não estavam sendo extrapolados. ''Depois de editadas, teria que se fazer um controle, o que não aconteceu'', afirmou o deputado.

Segundo ele, o governador tirou dos deputados o papel para o qual foram eleitos: legislar. ''A Assembléia está cada vez mais perdendo o poder de legislar. Além disso, aqui está proibido o contraditório'', afirmou, referindo-se ainda ao poder que Aécio teria sobre os deputados.

As delegações dadas para Aécio pelo Legislativo permitiram a ele elaborar leis que não precisaram ser votadas pelos deputados. Os parlamentares abriram mão de legislar em favor do Poder Executivo por período determinado.


Contradição: Aécio condena banalização da medida provisóriaO governador Aécio Neves (PSDB) é recordista na edição de leis delegadas. Ele utilizou do instrumento mais vezes que todos os seus antecessores no Executivo mineiro, desde 1985.

Enquanto Aécio editou 130 leis delegadas nos dois mandatos, sendo 63 no primeiro e 67, no segundo, o ex-governador Hélio Garcia elaborou 36, em 1985.

Já Itamar Franco editou oito leis delegadas em 2000 e o colega de partido de Aécio, Eduardo Azeredo, ficou com três leis em 1998. Newton Cardoso (PMDB) foi o que menos usou do mecanismo. Editou apenas uma lei delegada.

Medida Provisória. O governador usou de leis delegadas, mas condena o governo federal quando o assunto são as medidas provisórias (MPs). Na última semana, Aécio disse que as medidas são necessárias. porém devem ser limitadas. “O que há é uma banalização das medidas provisórias. Elas estão sendo usadas para qualquer assunto,” afirmou.

As medidas provisórias têm que passar pela aprovação do Congresso depois de editadas. (AG)

Governo estadual alega “aperfeiçoamento natural”
A assessoria de imprensa do Estado informou que, apesar de se tratarem de leis delegadas, elas precisaram ser aperfeiçoadas, o que é visto como algo natural. Uma das alterações, segundo a assessoria, trata de reajuste salarial.

Já a Assembléia Legislativa informou, por meio da assessoria, que a fiscalização sobre os limites das leis delegadas não é de competência institucional da Casa. Ela depende de iniciativa parlamentar.

Segundo a assessoria, são os deputados os responsáveis por analisar as leis delegadas e, caso notem arbitrariedade, devem propor projeto de resolução pedindo a anulação do que está irregular. Nenhum dos 77 deputados fez algum questionamento oficial.



Matéria publicada no Jornal O Tempo (30/04/2008)

terça-feira, 29 de abril de 2008

A UJS em um NOVO TEMPO na PUC Minas COREU


Sábado, 26 de abril, a CHAPA NOVO TEMPO inícia a campanha com plenaejamento e confecção de material de divulgação envolvendo diversos estudantes que compõe a chapa e demais simpatizantes. O clíma é de alegria e descontração sem perder o ritmo da discussão de nossas propostas e ações ao longo das próximas semanas.


A Chapa NOVO TEMPO se formou a partir de um movimento que tomou as salas da universidade e convidou os estudantes para debaterem sobre os principais problemas da PUC MINAS.Durante este processo um rico conjunto de propostas foi se consolidando. Confira algumas das principais propostas!




Movimento Estudantil


O DCE PUC Minas possui uma importância política de alto escalão no cenário do movimento estudantil. Considerando isso muitas vezes partidos políticos e empresas privadas montam estratégias para garantir hegemonia em sua estrutura, esquecendo-se dos estudantes da Universidade. A chapa NOVO TEMPO é contra o aparelhamento e submissão do DCE a partidos políticos, reitoria e empresas privadas.
O DCE da PUC Minas deve representar todos os estudantes em suas mais variadas vertentes e afinidades ideológicas, sejam eles filiados a partidos políticos ou não.

Jô Moraes denuncia agressão da PM em Montes Claros


A líder do PCdoB na Câmara, deputada federal Jô Moraes (MG), denunciou no dia 24, da tribuna da Casa, a agressão perpetrada pela Polícia Militar do Estado de Minas Gerais contra estudantes secundaristas da cidade de Montes Claros, durante manifestação em prol do meio passe no transporte coletivo.Segundo a parlamentar, a manifestação, que agregou 3 mil estudantes, foi dispersada pelos policiais militares através do uso de gás de pimenta, bombas de efeito moral, cães e até balas de borracha. Nove estudantes foram detidos e até um pai que foi se inteirar do que estava acontecendo, também acabou preso.As informações sobre o que naquele momento acontecia na cidade mineira lhe foram repassadas pelo vereador Lipa Xavier (PCdoB). Tão logo recebeu a comunicação ela foi até a tribuna denunciar a situação. Em seu pronunciamento, a deputada apelou ao governador mineiro para que dê um fim a esse tipo de violência contra estudantes e cobrou a punição de todos os responsáveis.Jô Moraes considera “justa e legítima a manifestação dos estudantes pela implantação do meio passe no transporte coletivo, pois trata-se de uma luta pelo direito de estudar, pelo acesso à escola”, ponderou.Para ela é imperativo um basta à violência policial em todas as suas formas, e especialmente, contra estudantes na reivindicação de um direito fundamental. A luta estudantil pelo meio passe nos coletivos de Montes Claros já soma 15 anos.

Fonte: http://www.jomoraes.com.br/

UCMG tem participação destacada no Expresso Cidadania





A União Colegial de Minas Gerais teve participação desacada no segundo dia do Expresso Cidadania em BH. A exemplo do dia de ontem os diretores da entidade prsentes na atividade realizarm debates sobre a participação da juventude na vida política, seja discutindo a redução da maioridade penal ou a questão da Reserva de Vagas.


Nas palestras de Léo Noronha (representante do legislativo) sobre a participação da juventude na política o diretor da UCMG Péricles Francisco fez falas sobre a organização dos jovens estudantes nos grêmios e nas entidades estudatis.







segunda-feira, 28 de abril de 2008

Expresso cidadania chega a BH

Foto dos diretores da UCMG (Péricles e Warley) incentivando o debate sobre a redução da maioridade penal.



Galera o expresso cidadania chegou a BH e terá data de encerramento no próximo dia 1º de maio na pça da estação com shows de Detonautas Rock Clube, Tianastácia e outras bandas, a UJS e as entidades estudantis, participa da campanha do Se liga 16, que em Minas Gerais mobilizou mais de 20 mil jovens que retiraram o seu título de eleitor, além da retirada do título está acontecendo debates sobre a participação da juventude na política, redução da maioridade penal, cotas nas universidades.




veja a matéria do presidente da Assembléia de Minas Gerais falando das entidades no expresso:







O Expresso Cidadania está chegando à parada final de uma jornada que durou quase dois meses pelo interior de Minas Gerais, levando para os jovens mineiros de 16 e 17 anos um convite à participação política. O evento final, em Belo Horizonte, começa na próxima segunda-feira (28) e pretende reunir mais quatro mil alunos, até quarta-feira (30), em três turnos - das 8h30 às 11 horas, das 14 às 16h30, e das 19h30 às 22 horas. Nas atividades das 13 cidades-pólo do interior, o projeto, que é uma parceria da ALMG, do TRE/MG e da Secretaria Educação, mobilizou 15.263 alunos. Promover o exercício do voto, envolver os profissionais de educação e estimular a aproximação entre o Legislativo e a sociedade são alguns dos objetivos do Expresso.
Participarão, nos dias 28 e 29, os estudantes de oito escolas estaduais da Capital, de Lagoa Santa, de Sabará e de Contagem. No dia 30, é a vez de 15 escolas municipais de Belo Horizonte. A programação é a mesma promovida em cada uma das cidades visitadas, com palestras, esquetes teatrais, oficinas de texto, leitura, vídeo e fotografia, painéis temáticos sobre temas da atualidade e consulta popular. As atividades envolvem estudantes das escolas participantes do Programa de Educação Afetivo-Sexual, que fazem parte de um sistema articulado pela Secretaria de Estado de Educação voltado para o incentivo ao protagonismo juvenil.
O presidente da Assembléia, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), ressalta que o Expresso Cidadania é uma contribuição do Legislativo e outras instituições para renovar a política brasileira. "As mudanças de qualidade, as mudanças estruturais de toda a sociedade ocorrem através das decisões no campo político", afirma. O projeto conta com o apoio do Ministério Público Estadual, Secretaria de Estado de Esporte e Juventude, Cemig, Copasa, Fiemg, Sesi, União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes (UEE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e União Colegial de Minas Gerais - Belo Horizonte (UCMG).

Prefeitura de Montes Claros reprime manifestação pacifica com violência



A segunda passeata da jornada de lutas pelo meio-passe em Montes Claros terminou em violência. A manifestação tinha o intuito de cobrar as promessas feitas pelo prefeito Athos Avelino (PPS) de criação de uma comissão estudantil para elaborar um projeto de lei do meio-passe em consenso com representantes do poder público municipal.
Tal proposta foi sabotada pelo prefeito que preferiu montar uma comissão "laranja", inclusive com pessoas que já se declararam contrárias ao meio-passe.
Após a concentração de milhares de estudantes na Praça Doutor Carlos, no início da manhã, a passeata seguiu rumo à Prefeitura Municipal. Aos gritos de "meio-passe já!", os estudantes, de cerca de 20 instituições de ensino da cidade, percorreram a região central sendo apoiados pela população montesclarense. No encerramento da manifestação, uma assembléia geral dos estudantes solicitou a presença do prefeito para esclarecer seu posicionamento sobre o tema.
Depois de aguardar por alguns minutos, os jovens ocuparam o saguão da Prefeitura pacificamente e sem causar nenhum dano ao patrimônio público. E Athos não titubeou, chamou a Polícia Militar pra agir através do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE). Daí pra frente o que se viu foi um espetáculo de violência. Spray de pimenta, escopetas com balas de borracha, granadas de efeito moral, cães e muita pancadaria. Essa foi a forma como a desocupação se deu. A jovem estudante Lunny Pereira foi empurrada escada abaixo e desmaiou. Outra jovem estudante foi atingida por estilhaços da granada e teve seu peito rasgado, tendo de ser levada para a Santa Casa para que fosse tratada. Uma senhora que estava dentro da Prefeitura pra pagar o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) foi jogada escadaria abaixo. O engenheiro agrônomo Frederico Lima, ex-coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Viçosa (DCE-UFV) foi mordido por um cão e teve seu braço ferido por uma bala de borracha. Daniel Dias, estudante de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), foi agredido por diversas vezes e também empurrado escada abaixo.
Esses são apenas alguns relatos da violência vivenciada neste dia 24 de abril. Nesse momento estão prestando depoimento o presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE-MG), Diogo Santos, o presidente da União Colegial de Minas Gerais (UCMG), Flávio Nascimento, o presidente da União da Juventude Socialista ( UJS ) em Montes Claros, José Lousada Neto, a vice-Minas da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas ( UBES ), Luiza Lafetá, o diretor de políticas institucionais da UBES, Thiago Mayworn, além do diretor estadual da UJS, Danniel Coelho.
A luta não vai parar!
A partir das 19h30, na Câmara Municipal e atendendo a requerimento do vereador Lipa Xavier (PCdoB), aconteceu a Audiência Pública para discutir o projeto de lei do meio-passe. A atividade ocorreu no auditório do Centro de Ciências Humanas da Unimontes.
Texto: Ramon Fonseca – UJS/MG

quinta-feira, 24 de abril de 2008

14º Congresso da ujs reta final


"É importante afirmar o sucesso que foi o projeto do Relançamento da UJS [realizado em 96]. Só nos tornamos o que somos por conta da vitória desse projeto. Agora é preciso avançar, precisamos de um novo impulso, encarar novos desafios. A nova fase busca uma UJS de milhões", disse Marcelo Brito da Silva, o Gavião, presidente nacional da União da Juventude Socialista (UJS) em entrevista ao Vermelho.
Por Carla Santos
Além de esclarecer as características da nova fase que o 14º Congresso inaugura para UJS, a liderança também comentou suas reivindicações para as eleições municipais de 2008.
"Durante essa campanha devemos combater a apatia. Devemos visitar milhares de salas de aula, construir várias manifestações e ganhar muitos jovens pra atuar de maneira mais firme e consciente na vida política do país", disse Gavião.
Uma das novidades que devem permear o debate do próximo congresso - a se realizar de 29 de maio a 1º de junho na capital paulista – será a proposta de maior autonomia para as frentes de atuação da entidade e a divisão do acompanhamento do movimento estudantil (ME) em universitário e secundarista.
A recém fundada Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) foi um dos temas da entrevista. Segundo Gavião, a UJS optou por atuar na CTB porque a central "se propõe, junto com a juventude, a renovar o sindicalismo no Brasil". A UJS também está comprometida com a campanha pela redução da jornada de trabalho.
Para Gavião, o maior desafio do 14º Congresso, será superar a mobilização do 13º, que filiou 80 mil jovens.
"Uma UJS robusta tem que entender a importância de diversificar, de explorar mais o ME, de cuidar mais da nossa ação na ponta. Estamos na reta final do congresso e já dá para falar que esse será o maior congresso da história da UJS", afirma.
Leia abaixo a íntegra da entrevista.
Como você avalia a contribuição da UJS para o Brasil e para a juventude nos últimos dois anos?
Gavião - A UJS tem dado uma grande contribuição à luta política pela construção de um Brasil mais justo e soberano. No último período isso só se fortaleceu, vide as passeatas estudantis, as lutas e campanhas desenvolvidas por várias frentes. A UJS também jogou grande papel protagonizando o 16 de agosto que entrou pra história como um ato decisivo pra garantir a continuidade do mandato do presidente Lula e depois na grande campanha pela reeleição em 2006.
O 14º Congresso tem como lema "Se o presente é de luta, o futuro nos pertence". Qual é o seu significado?
Gavião - Esse lema tem dois objetivos. O primeiro esta relacionado à necessidade de ganhar cada vez mais a juventude para a idéia de que as mudanças que queremos, sejam elas profundas ou não, só ocorrem se nosso comportamento no presente for outro. Queremos com esse congresso ampliar a participação política da juventude, intensificar as lutas por educação de qualidade, por emprego pra juventude, contra a violência... e, assim, sermos donos da construção de nosso futuro. O segundo objetivo tem ha ver com uma homenagem a Che Guevara, que esse ano completa 80 anos do seu nascimento e 40 anos de sua morte em combate. O Che é um símbolo importante da luta juvenil pela transformação. A UJS tem orgulho de manter erguida bem alta as idéias desse grande líder revolucionário.
A tese do 14º Congresso defende que a fase do Relançamento da UJS (inaugurada em 1996) terminou e que a organização vive um novo momento. Quais são as características mais evidentes desse "novo ciclo"?
Gavião – Primeiro é importante afirmar o sucesso que foi o projeto do Relançamento da UJS, só nos tornamos essa força viva na sociedade hoje por conta da vitória desse projeto. A construção de uma nova fase se dá justamente por uma percepção de que nossa organização precisa de um novo impulso, precisa encarar novos desafios. Precisamos nessa nova fase consolidar a UJS enquanto uma organização massiva e cada vez mais influente na sociedade. Para um novo tempo é preciso uma UJS renovada.
Além da campanha pelo voto aos 16, uma conquista da UJS, a tese também defende que o centro da plataforma eleitoral da juventude socialista nas eleições municipais de 2008 deve ser a conquista por mais espaços institucionais para o desenvolvimento de políticas públicas para a juventude (PPJs). Para além destes espaços, qual será a principal reivindicação da UJS em PPJs?
Gavião – Mesmo com aumento na oferta de empregos no Brasil durante o governo Lula, esse ainda continua como um dos principais problemas juvenis. Esse ano as eleições são municipais e tratam de questões mais locais. Contudo, queremos debater com vários candidatos a prefeito e vereador a construção de espaços que tratem de maneira cuidadosa das especificidades da juventude, como a constituição de conselhos, secretarias e ou coordenadorias de juventude. Dessa maneira pretendemos envolver e responsabilizar os poderes públicos em todos os seus níveis pra que enfrentem o desemprego juvenil ouvindo mais a juventude. Uma das bandeiras que levantaremos será a da redução da jornada de trabalho sem redução de salários.
Dentre as iniciativas promovidas pelo governo Lula para a juventude qual você considera mais bem e menos bem sucedida?
Gavião – Falar qual foi a melhor não é fácil, todas elas tem seu sentido e seu grau de importância. Poderia citar a Conferência Nacional de Juventude que é um grande espaço de participação que tem possibilitado uma grande mobilização por todo o país, ou ainda o ProUni, que significou um grande avanço na luta pelo acesso ao ensino superior. São todas muito positivas e dignas do apoio de nossa militância. A parte negativa fica pelo resultado final do Projeto do Primeiro Emprego pra Juventude, esse se revelou um fiasco. Vale à pena lembrar que nós da UJS já no seu lançamento ponderávamos sobre a eficácia deste projeto. Esse é um problema ainda sem resposta adequada do governo.
A tese orienta que o primeiro passo da juventude socialista nessas eleições "será combater a apatia e a despolitização impostas pelas idéias reacionárias". Como a UJS pretende enfrentar essa apatia?
Gavião – A UJS é uma organização que nasceu pra travar essa batalha de idéias e durante a campanha eleitoral isso aparece com muita força. Tem sempre uma tentativa das idéias dominantes de desqualificar ou diminuir o potencial transformador que tem a juventude. Falam que política é sinônimo de corrupção, que não temos que nos meter com ela. Mas, enquanto isso, tratam de apoderar-se dela e manipular pra se perpetuar no poder. Durante essa campanha devemos combater essas idéias. As formas são as mais diversas: devemos visitar milhares de salas de aula, construir várias manifestações e assim ganhar muitos jovens pra atuar de maneira mais firme e consciente na vida política do país.
Na virada do século percebemos que a juventude prefere se organizar em coletivos, comunidades, grupos ambientais, culturais, esportivos e do Terceiro Setor a se organizar em entidades estudantis, comunitárias, sindicais e nos partidos. Como a UJS tem se relacionado com estas e outras formas de organização?
Gavião – Valorizamos as mais variadas formas de participação. Nossas frentes e áreas de atuação têm se relacionado bastante com todas elas. Mais do que isso e a partir dessa relação, temos filiado muitos jovens ligados a ONG's. Dessa forma buscamos elevar o poder de intervenção desses jovens.
Entre os movimentos em que a UJS tem maior tradição está o movimento estudantil. Quais são as novidades que estão em debate para esta frente no 14º Congresso?
Gavião – Nesse congresso estamos fazendo um grande debate sobre a necessidade de fortalecer a ação da UJS nas suas mais diversas frentes e, para isso, apresentamos a proposta da autonomia. Com autonomia, queremos fazer com que as frentes tenham a funcionabilidade que hoje vemos no movimento estudantil. As direções da UJS devem definir a política e ajudar na execução, mas a forma deve ser de responsabilidade dos atores de cada frente. No ME o desafio é superar nosso atual estágio e para isso estamos propondo medidas que reforcem essa frente. Uma delas é a divisão no acompanhamento do ME secundarista e universitário. Com isso buscamos elevar a qualidade de nosso trabalho e fortalecer nosso principal veio de ligação com a juventude.
Ano passado os jovens trabalhadores que atuam na UJS decidiram sair da CUT e atuar na Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O que motivou essa decisão e qual é a perspectiva da UJS na CTB?
Gavião – O que levou os jovens que militam na UJS e na CSC a apoiar a fundação de uma nova central foi á necessidade de construir uma forma renovada de fazer sidicalismo. Temos hoje em nosso país uma estrutura pouco participativa e até burocratizada nesse movimento. A CTB se propõe, junto com a juventude, a mudar essa realidade.
Hoje a UJS atua em 15 diferentes movimentos juvenis, está presente em 700 cidades e nos 27 estados com cerca de 100 mil filiados. Qual é a perspectiva organizativa da entidade nesse 14º Congresso?
Gavião – A atual geração de jovens dirigentes da UJS tem nesse congresso uma grande responsabilidade que é a de manter o ritmo de crescimento. No último congresso chegamos a filiar cerca de 80 mil jovens, e todo esse esforço fez com que as direções estaduais fossem bem ousadas nesse 14º congresso, entendendo o desafio que temos a nossa frente. Queremos consolidar uma UJS massiva e pra isso temos que fortalecer as direções, multiplicar e estruturar melhor os núcleos, consolidar a diversificação. Uma UJS robusta tem que ser uma UJS que entenda a importância de diversificar, de explorar mais o ME, de cuidar mais da nossa ação na ponta. Estamos na reta final do congresso e já dá para falar que esse será o maior congresso da história da UJS.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

União Colegial de Minas Gerais comemora 64 anos e já planeja diversas lutas neste ano



A União Colegial de Minas Gerais comemorou no último 21 de Abril seus 64 anos, foram realizados diversas atividades, logo foi realizada uma grande caravana saindo de diversas cidades do estado com destino a Ouro Preto, cidade do patronomo da entidade: TIRADENTES. Chegando em Ouro Preto, foi realizada uma passeata a favor da Educação em Minas Gerais que tinha como palavra de ordem: “ Ô Aécio almofadinha, os estudantes vão botar você na linha!”.
Para o presidente da entidade Flávio Nascimento este ato foi só um aquecimento para as festividades com grandes lutas neste ano. “Estamos nos preparando para o dia 11 de Agosto, onde vamos sacudir todo o estado de Minas Gerais com as maiores passeatas já vistas em todos os tempos em defesa do passe estudantil!”
“A UCMG, estará realizando várias atividades de grande importância para nós estudantes, Belo Horizonte será centro, vamos realizar um grande encontro de grêmios no próximo dia 03 de maio, com diversas atividades culturais e festivas, mas vamos chamar neste encontro de grêmios, o arrastão do Se Liga 16 da UCMG para que os estudantes possam dar resposta no dia da eleição para os políticos que não estão de fato compromissados com a juventude e com os estudantes” diz Luiza Lafetá vice-presidente da Ubes em Minas Gerais.
Dia 29 de Abril a UCMG realizará em conjunto com a UEE-MG entidade irmã um grande ato em frente o Banco Central contra o juros altos e convoca todos os estudantes a mobilizar e participar, o ato se concentrará na praça da assembléia as 9h.

Reconstrução da Umes/BH

“A Umes/BH está em obras, vamos reconstruir a Umes/BH com mais de 50 grêmios na cidade, e o estudante sente falta de uma entidade municipal que lute pelos nossos direitos” diz Paulo Cezar, diretor de comunicação do grêmio de EMPLO.
A União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Belo Horizonte por muitos anos realizou diversas lutas em defesa da Educação e dos estudantes, essa entidade que naquele momento segurava o movimento estudantil em todo o estado e jogou um papel fundamental na reconstrução da UCMG no ano de 2003, foi desativada e os estudantes secundaristas de BH sentiram, mas agora virou tarefa de todos reconstruírem essa gloriosa entidade.
Vamos todos a rua para reconstruir a Umes/BH e montar um grêmio estudantil em cada Escola.



De Belo Horizonte,Péricles Francisco

sexta-feira, 18 de abril de 2008

UCMG realizará encontro de grêmios por todo o estdado


20 cidades serão reunidas na base



A união Colegial dos estudantes de Minas Gerais (UCMG) após fazer uma positiva avaliação da jornada de lutas por todo estado, propõe agora realizar em mais de 20 cidades mineiras, encontros municipais de grêmios estudantis. No encontro será discutida a realidade local e as demandas dos municípios para o movimento. Engana-se que espera um evento, maçante com muitas falas e pouca atividade, a diretoria da UCMG garante que os encontros serão um espaço de encontro com a juventude. Oficinas culturais, shows de bandas secundaristas, rodas de capoeira, alem de muitas outras atrações vão sendo planejadas.

O presidente da UCMG, Flavio Nascimento, diz que os encontros servirão para consultar os estudantes sobre as ações que estão sendo promovidas pelo Movimento, alem de servirem para construir e consolidar a presença da UCMG nos municípios. A fundação de varias UMES, é a meta principal da entidade, afirma Flavio.

Para o diretor da UCMG,Péricles Francisco, a entidade vai ganhar muito com o encontros. “O movimento estudantil deve promover cada vez mais atividades na base, ao termino de todos os encontros poderemos saber muito mais sobre os estudantes, suas demandas e propostas alem de termos uma opinião sobre a educação em vários pontos do estado, por isso a nossa atividade servirá para consulta e para a construção de entidades municipais.Muitos frutos pra UCMG. ” completa .

Retomar a rede do movimento

Segundo, Flavio Nascimento o movimento passará em revista a saúde das entidades no estado. “Vamos passar nas cidades, visitar as escolas, levar a lei do grêmio livre, um modelo de estatuto alem de mostrar nossas bandeiras. Nas cidades onde havia entidade estudantil, vamos avaliar a sua reconstrução. Esperamos reunir mais de 200 grêmios no total. Será uma ação pela retomada de uma rede do nosso movimento no estado” diz o presidente da entidade.

O primeiro encontro já tem endereço, será em Belo Horizonte a primeira reunião dos grêmios. Para a Capital é esperada a presença de mais de 30 grêmios de escolas particulares e publicas, o encontro em BH será no dia 03 de maio no colégio emplo, no tradicional bairro de Santa Tereza.

Para a diretora do Grêmio do Colégio EMPLO, Ligia Faria, o encontro será um rico espaço de troca de experiência e idéias e fortificará o projeto da reconstrução da UMES-BH. “ Não temos uma entidade que nos represente, o encontro vai fortalecer a reconstrução da UMES-BH e consolidar mais a nossa ação na capital,vamos jogar muito peso nesta atividade” diz animada a estudante .


Pedro Leão

20 Mil estudantes nas ruas de Minas
UCMG faz balanço de sua vitoriosa jornada


Pedro Leão

A União Colegial dos Estudantes de Minas Gerais (UCMG) realizou nesta quinta-feira (3) uma reunião de balanço da jornada de lutas do mês de março. Em todo estado grandes passeatas marcaram a volta dos caras pitadas em Minas.

Milhares de estudantes foram as ruas em Montes Claros, Coronel Fabriciano, Timoteo,Betim , Contagem e na capital.Ao todo é contabilizado pela direção do movimento a presença de vinte mil estudantes nos atos.Chama a atenção a predominância da presença dos secundarista nas atividades.Jovens que não se entregaram a apatia e vêem no movimento estudantil um forma de se serem ouvidos, é o que diz uma das coordenadoras da jornada de lutas em Minas, Mariana Alves.

Para Flávio Nascimento, presidente da UCMG, o bom resultado foi fruto de um trabalho semeado desde o inicio do ano pela entidade que se reflete exatamente nos lugares onde a UCMG tem mais presença política.Para o líder estudantil não existe impedimento de se construir atos de massa e constituir uma presença na base.A prova maior disto se deu na capital onde 15 grêmios foram criados somente no processo de construção da jornada, que culminou em uma grande passeata de mais de três mil estudantes.“Estou visitando muitas escolas, em todas existe uma grande vontade por parte dos estudantes de participar do movimento estudantil. Isto não é um fato qualquer, estamos passando em sala e convidando a juventude para fazer política, para o espanto de muitos a reação tem sido muito boa.Existe uma carência política na juventude, que muitas vezes se sente não incentivada a tomar partido nas coisas.Acreditamos que com a fundação de grêmios vamos conseguir mudar a cabeça de muitos jovens que antes viam a política como uma força inimiga” completou o estudante.

O bom ato e o fortalecimento do movimento secundarista da capital fizeram com que outra luta fosse colocada na agenda da UCMG.Reconstruir a União Municipal dos Estudantes Secundarista (UMES-BH). Está é a tarefa principal apontada pelos diretores da entidade. Para isso, muitas ações estão sendo tomadas, somente para este mês a meta é a criação de 50 novos grêmios, é o que diz animado, Péricles Francisco, diretor da UCMG.Para Péricles os estudantes de Belo Horizonte tem tido uma boa recepção ao movimento estudantil e é cada vez maior o numero de jovens querendo fundar o grêmio de sua escola.

terça-feira, 15 de abril de 2008

14º Congresso da UJS


Neste ano em que a UJS comemora seus 24 anos de fundação, temos muito o que comemorar, por nossa história de lutas que vem desde a redemocratização, passa pelo Fora Collor, pelos anos de resistência ao neoliberalismo de FHC e pela eleição de Lula, pelo 16 de Agosto de 2005 e pela reeleição de Lula.Mas temos também muita luta pra fazer e nelas, muitos corações e mentes pra conquistar, fazendo crescer ainda mais essa que é a maior organização juvenil brasileira!E o semestre é de grandes desafios. Até o congresso temos a campanha do "Se liga 16!", a Jornada de Lutas da Ubes e da UNE, Conferência Nacional e demais conferências de Juventude, Caravana de Saúde da UNE, diversos congressos de entidades estudantis, eleições de grêmios, DCE's, DA's/CA's, etc!Então, galera, vamos surfar nessas ondas e fazer avançar a luta do povo e da juventude, em defesa do socialismo com a nossa cara!
Galera é isso ai,
A Nação Hip Hop, entidade dirigida pela UJS apoia o voto aos 16 anos, uma luta conquistada por nós em 1984.
Então vamos a luta, e retire o seu título de eleitor.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Nosso Manifesto

Socialismo com a nossa caraManifesto da UJS
Nos bancos das escolas e universidades, no cotidiano do trabalho das fábricas e repartições, no duro ofício de lavrar a terra, nas praças, ruas, palcos, quartéis, campos, praias e festas dizemos presente.
Somos milhões de faces que dão a cara jovem ao Brasil. Somos Socialistas porque, jovens que somos, andamos abraçados com o futuro e a busca da felicidade - desejos que são diariamente frustados nessa sociedade capitalista que não tem perspectiva e só nos oferece a desilusão e a exploração.
"Há tempos são os jovens que adoecem" [Legião Urbana]
Aqui no Brasil, somos discriminados e postos de escanteio. Amargamos o não aproveitamento do melhor de nossa criatividade e energia na imensa fila dos desempregados. A placa de "NÃO HÁ VAGAS" é a senha de nossa exclusão e marginalização. Somos milhões que não têm acesso ao ensino e por isso muitos de nós acabam lançados ao analfabetismo. Nas escolas e universidades encontramos um ensino elitista, atrasado e conservador, sem investimentos e democracia.
Os livros, peças, filmes e shows são acessíveis somente para quem tem grana .Os meios de comunicação, cada vez mais alheios à verdade, constroem um mundo falso no qual não cabemos senão como repetidores de uma moral que nos é estranha. Para nós, oferecem o individualismo, a mistificação religiosa, a banalização dos nossas desejos, a pornografia e a prostituição. Oferecem a discriminação e a exclusão social. Muitos dos nossos, não achando mais caminho, criam vício e dependência de drogas, enriquecendo os capitalistas do tráfico.
Sem casas para morar, somos jogados nas favelas e para debaixo das pontes. Excluídos, somos caçados e mortos como bichos pelos grupos de extermínios e pela polícia.
Nossa infância vende doces nas esquinas, cheira cola nas calçadas e sofre sem qualquer proteção.A prática esportiva e o lazer, para nós tão importantes na formação, são exceção em nossas vidas. O turismo é mercadoria de luxo.
Há tempos adoecemos. Somos campeões da cárie dentária e de epidemias, a rede pública de saúde vai sendo destruída e vão nos matando por falta de acesso. Não existe orientação sobre métodos anticonceptivos. São milhares de jovens que enfrentam uma gravidez sem nenhuma proteção e acompanhamento. O aborto em clínicas de fundo de quintal acaba sendo a única alternativa para interromper uma gravidez precoce e indesejada. Muitos jovens são vitimados pela Aids, por falta de informações e meios de prevenção. Alguns setores se utilizam dessa tragédia para fazer a cruzada moral e reprimir o despertar de nossa sexualidade.
Nosso meio ambiente é vítima da insanidade capitalista que o degrada, polui e destrói.
"Quem quer manter a ordem?" [Titãs]
Os donos do poder afirmam que vivemos uma democracia porque temos eleições. Escondem que as regras dessa ordem só servem para os que têm poder financeiro.
Essa democracia nos discrimina, não nos ouve e não nos serve. Somos considerados o futuro e, assim, no presente não temos espaço para opinar, participar e decidir. Mesmo esta falsa democracia cada vez mais é atacada e limitada...
A violência nos persegue o tempo todo. Muitos dos nossos nos ferem ou se matam em disputa entre gangues, ou são espancados pelos próprios pais.
Outros recebem uma bala perdida ou são vítimas de assalto ou perseguição. No capitalismo não temos paz.
Nossa liberdade é extremamente vigiada e reprimida. As elites e os meios de comunicação discriminam o negro, tratando-o como escravo "moderno" e deformando sua história. Às mulheres não dão igualdade de direito e não entendem sua realidade e suas diferenças. O homossexualismo é tratado como doença e não como livre opção individual. Preconceito e discriminação são as marcas do nosso tempo.Aos 18 anos somos obrigados a prestar o serviço militar, que deveria ser uma opção de consciência de cada um.
"Que país é este?" [Legião Urbana]
Com um povo criativo, num vasto território e riqueza de fazer inveja, nosso gigante vive ajoelhado. O Brasil é cada vez mais dependente e subserviente em relação aos países imperialistas, em especial aos Estados Unidos.
O que move a chamada globalização é a busca do lucro, o desejo de acabar com a soberania dos países, explorar seus trabalhadores, destruir suas culturas e anexar suas riquezas. Conduzido neste rumo, nosso Brasil vê sua bandeira pisoteada, sua independência destruída e seu futuro comprometido.
"Quero ver quem paga pra gente ficar assim" [Cazuza]
Nossa história está marcada pelo atraso e pela subordinação extrema. Portugal, Inglaterra e Estados Unidos. Foram eles ao longo do tempo que promoveram a escravidão, a monocultura, o atraso industrial, o desenvolvimento dependente e, mais recentemente, a tentativa de desindustrialização e da nossa transformação em mercado de bugiganga.
Mas não foram eles os únicos responsáveis por esta triste história e pelo rumo atual.Os latifundiários, praga secular do nosso país, sempre sustentaram este rumo através da violência e do coronelismo político.
A chamada burguesia brasileira, incompetente e adepta do projeto imperialista, em sua maioria, sempre se subordinou aos interesses de seus patrões e de seus subordinados externos. O capital financeiro aqui já surgiu ligado aos grupos monopolistas estrangeiros.
"Homem primata, capitalismo selvagem" [Titãs]
Se o capitalismo em nosso país é trágico para o povo, no mundo não é diferente. Em sua fúria exploratória tenta fazer do mundo inteiro um vasto campo para sua ganância. Proprietários da tecnologia, fazem suas mercadorias e capitais percorrerem o mundo com velocidade. Trilhões de dólares circulam nos sistemas financeiros como nuvens por todo o globo, vivendo somente da especulação e do roubo.
Globalizado o capitalismo, globalizada a exclusão. Somente 20% dos seres humanos cabem neste capitalismo, aos outros bilhões restam a miséria, as doenças, a fome e a morte. Globalizado o capitalismo, globalizado o caráter desumano, cruel e ineficiente. Globalizada a necessidade de superá-lo, de pôr fim nesta barbárie "moderna".
"... carro alegre, cheio de gente contente..." [Pablo Milanés]
Assim é a história: a juventude e os povos do mundo não se calam diante do caos capitalista. Em todos os continentes se levantam vozes e punhos contra o capitalismo e seus males. Exigem direitos sociais, defendem seu país, sua liberdade e assim, de dedo em riste, encaram o capitalismo, negador dos seus anseios.
"Mas eu não sou as coisas e me revolto" [Carlos Drummond de Andrade]
A história do capitalismo é também a história de resistência à exploração e sua defesa de outra sociedade. Esta luta gerou em 1848, pelas mãos dos jovens alemães, Karl Marx e Friedrich Engels, o Manifesto do Partido Comunista, programa básico de luta contra o capitalismo e em defesa do socialismo. Programa que até hoje nos inspira. Em 1917, sob o comando de Lênin, o socialismo prova na velha Rússia que o capitalismo não é eterno. Em poucas década o socialismo alterou a face do mundo, levando à construção da União Soviética e à vitória de vários povos do leste europeu e da Ásia. Nestas suas primeiras experiências históricas, prova que é superior ao capitalismo ao oferecer direitos sociais e uma nova vida para milhões, mesmo vivendo sob o constante cerco capitalista.No entanto, cometeu vários erros importantes. Aos poucos o povo, de força principal da construção da nova sociedade, passou a ser mero coadjuvante. A democracia e a liberdade foram se reduzindo para os trabalhadores e para a juventude. A vida cultural e científica passou a ser tratada com oficialismo. Esses erros fizeram com que muitas dessas experiências acabassem por se negar. Tudo isso levou ao fim do socialismo na URSS e no Leste Europeu.
Esses reveses nas primeiras experiências socialistas revelam erros e mostram a necessidade de aprimorarmos mais seu projeto. A construção do socialismo está apenas no seu começo.
"Canta, canta, minha gente / deixa a tristeza pra lá / canta forte, canta alto / que a vida vai melhorar..." [Martinho da Vila]
Temos alegria e rebeldia para derrotarmos a face velha e capitalista do Brasil e em seu lugar colocarmos o socialismo com a nossa cara. O Brasil socialista que queremos terá um poder popular, uma República de trabalhadores que acabará com a exploração e nele haverá a verdadeira liberdade e a mais ampla democracia para o povo e para a juventude.
Terá o ser humano como seu primeiro objetivo, será libertário e criativo, incentivando o conhecimento e a transformação, será justo e igualitário. A terra e as empresas trarão benefícios para todos e não somente para um punhado de capitalistas. O trabalho passará a ser um valor fundamental do desenvolvimento humano. Nosso país socialista se relacionará com o mundo de forma independente, respeitando a autonomia dos outros povos. Romperemos as amarras que nos mantiveram tanto tempo de costas para o nosso continente e finalmente assumiremos nossa identidade latino-americana.
Nosso povo, internacionalista, apoiará as lutas de outros povos por um mundo melhor. No Brasil socialista, nós jovens seremos considerados uma força presente e nele conquistaremos o espaço para discutir, participar e decidir sobre nossos interesses e sobre o rumo do país.
"Os meninos e o povo no poder..." [Milton Nascimento e Fernando Brant]
Não queremos fórmulas. O nosso socialismo será verde e amarelo, tocará viola, dançará samba e rock. Fará carnaval e jogará futebol. Será construído a partir de nossa realidade e caminhos que nós descortinaremos.
Beberá da experiência da história da luta do nosso povo. Terá o vigor dos versos abolicionistas de Castro Alves, a revolta de Zumbi, o desejo de liberdade de Tiradentes, a bravura de Helenira Rezende, de Osvaldão e dos guerrilheiros do Araguaia, o hino democrático das Diretas Já, a cara jovem e pintada do Fora Collor.
Beberá também da história da nossa América Latina, da vontade de unidade que moveu Bolivar, da revolução camponesa de Zapata, da luta de Sandino, do exemplo de dedicação e combatividade de Ernesto Che Guevara.
Nele, conquistaremos emprego digno, ensino público e gratuito, de qualidade, para todos, em todos os níveis. Nele garantiremos acesso à arte produzida em nosso país e no mundo. Lutaremos por uma nova cultura, progressista, popular e brasileira, por incentivos e espaços aos nossos artistas.A ciência e a tecnologia deverão ser desenvolvidas e utilizadas para nossos interesses, não para generalizar desemprego, destruir a natureza ou produzir armas e guerra.
Queremos que esporte e lazer façam parte do nosso cotidiano e que tenham facilidade para viajar para todos os lugares de nosso país.
Os grupos de extermínio terão que acabar e a polícia, ao invés de nos perseguir, vai Ter que prender aqueles que destroem a natureza, que roubam o dinheiro do povo, que vendem a droga e promovem a prostituição.
Brasileiro, formado pelas várias raças que se somaram e se uniram, nosso socialismo terá de acabar de fato com a discriminação e os preconceitos de toda a espécie. Nele exigiremos direito à saúde, à habitação e ao futuro. A natureza será protegida como será nosso povo. Nossa infância terá atenção e ao invés de viver jogada pelas ruas, terá o direito de brincar e de crescer sorrindo.Ajudaremos a acabar com o analfabetismo e com a ignorância. O povo aprenderá a linguagem dos computadores e da Internet, mas não deixará de lado o seu hábito de diálogo franco e seu contato social permanente. Queremos que TVs, Rádios, Cinemas e todos os meios de comunicação deixem de ser instrumentos de quadrilhas e sirvam aos nossos interesses.
Parece utopia, mas é plenamente realizável. Nós transformaremos a face do Brasil. Nunca negamos nossa rebeldia e força para as grandes transformações. A revolução que queremos exige muita luta. Não será obra fácil. De sua edificação terão que participar os trabalhadores do campo e da cidade, a juventude, os artistas e as personalidades populares. A união popular será a arma principal para vencermos. Dela deverão participar os sindicatos, as entidades estudantis e todas as organizações do povo. Os partidos do povo, unidos, deverão também fazer parte de uma ampla frente por uma vida nova.
"O homem coletivo sente a necessidade de lutar" - [Chico Science]
É para construir essa vida nova que te convidamos. A solidão não cabe para nós, pois vivemos a luta deste tempo - cruel sim, mas também desafiador. Juntos escreveremos a história desse novo Brasil que desejamos.
Aqui, na União da Juventude Socialista, vão se encontrar as bandeiras vermelhas, verde-amarelas e os nossos anseios, nossa rebeldia, nossa solidariedade e a luta diária pelo socialismo. Não nascemos para o silêncio, nascemos para cantar e viver outra vida, melhor e mais justa. Assim será a república de trabalhadores que ajudaremos a construir. Nela estarão "os meninos e o povo no poder...". Nela estará hasteada bem alta a bandeira do socialismo e, nas faces, estampada a nossa alegria.